
Monitoramento faz parte do Programa Qualiágua, que busca indicar parâmetros de poluição em igarapés da capital.
Um estudo alertou que a diminuição de acidez em igarapés de Manaus pode alterar a característica natural do Rio Negro. O monitoramento faz parte do Programa Qualiágua, que busca indicar parâmetros de poluição em igarapés da capital.
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) informou que concluiu, nesta sexta-feira (21), as análises preliminares da qualidade das águas no rio Negro e em igarapés localizados na área urbana de Manaus. O monitoramento é executado em conjunto com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
O levantamento inicial, realizado no período seco, apontou indicadores negativos devido à influência humana nos corpos hídricos da cidade. No Amazonas, as primeiras análises do Qualiágua perfizeram os principais igarapés de Manaus até a desembocadura das águas no rio Negro.
As coletas foram realizadas em 10 pontos, distribuídos entre o Negro, o rio Tarumã-Açu, rio Puraquequara, igarapé do Quarenta, igarapé do São Raimundo, igarapé do Franco e igarapé do Mindu.
Segundo o supervisor de Recursos Hídricos da Secretaria, Mozaniel da Silva, alguns indicadores específicos chamam a atenção, como os índices de pH. Ele explica que quanto menor o pH, mais ácido é o meio.
Segundo Silva, o indicador acende um alerta, sobretudo para o igarapé do São Raimundo, já que o local recebe águas do Franco e do Mindu, antes de desembocar no rio Negro.
Conforme o supervisor, as águas desses dois igarapés estão chegando no São Raimundo com um pH básico, ou seja, diferente do que é considerado ‘normal’. A longo prazo, isso pode impactar também no pH do rio Negro, mudando a característica natural do rio, informou Mozaniel.
Além disso, o monitoramento inicial apontou que o igarapé do São Raimundo possui o segundo menor índice de oxigênio dissolvido nas águas. A pior taxa foi observada no igarapé do Quarenta (0,27 mg/L).
“É importante destacar que a água que abastece nossas casas vem do rio Negro. Hoje, ele ainda consegue fazer o seu processo de autodepuração e restaurar suas características ambientais naturalmente. Mas, com o passar o tempo e o aumento da poluição, ele pode perder essa capacidade aos poucos”, concluiu Silva.
Para a coleta das informações, técnicos da Sema utilizaram uma sonda multiparâmetro para medir o oxigênio dissolvido na água e a saturação, o pH, a condutividade elétrica, turbidez, bem como a temperatura do ar e da água, segundo explica o supervisor.